Medidas Estratégicas
No seu PPIP, o AEFCPS apresentou algumas medidas estratégias visando a promoção do sucesso e o desenvolvimento dos três grandes pilares do projeto: Autonomia, Responsabilidade e Cooperação.
Calendário Escolar
O calendário escolar está organizado numa lógica semestral, com ajuste nas interrupções letivas, por forma a encurtar os períodos contínuos de atividade letiva, possibilitar a recuperação de aprendizagens e incluir nas práticas pedagógicas momentos frequentes de balanço do trabalho desenvolvido e dos resultados alcançados.
A adoção de um modelo não tradicional de calendário escolar permite fornecer feedback regular a alunos e famílias e estabelecer momentos formais de avaliação com maior regularidade.
Este modelo de calendário escolar permitiu adequar as interrupções letivas ao contexto social do agrupamento e contribuiu para a alteração da lógica da aplicação de instrumentos de avaliação apenas para a classificação dos alunos.
Matrizes Curriculares
No que diz respeito às diferentes matrizes curriculares, o agrupamento desenhou as suas próprias matrizes, através da agregação parcial de disciplinas e da criação de espaços de trabalho transdisciplinar (Oficina do Conhecimento).
A Oficina de Conhecimento funciona a partir da organização de unidades curriculares integradoras, planeadas a partir de modelos agregadores de competências e de conteúdos curriculares transversais ao currículo.
Numa visão holística, tendo como cerne do problema a desconstrução da compartimentação do saber, a Oficina do Conhecimento está assente em Cenários Integrados de Aprendizagem (CIA).
Os cenários tiveram origem na identificação, para cada ano de escolaridade, de disciplinas nucleares e complementares, assim como das aprendizagens a promover em cada cenário. No desenho de cada projeto participa toda a equipa educativa, procurando que o cenário migre do espaço destinado a trabalho de projeto para cada uma das áreas curriculares.
As disciplinas nucleares são aquelas que foram consideradas pelas equipas de trabalho como as primordiais na orientação do trabalho a realizar.
Não se pretende com esta identificação retirar as restantes (disciplinas complementares) mas ao invés dar sentido ás aprendizagens e promover o foco nas aprendizagens.
Seja qual for o grau de intervenção de cada disciplina no trabalho projeto, é essencial que o centro do trabalho sejam as aprendizagens-chave e por inerência as áreas de competência do perfil do aluno.
Alguns exemplos:
Os CIA são pontos de partida para o desenvolvimento de trabalhos de projeto, arquitetados pelas diferentes equipas educativas e construídos com e pelos alunos.
As fases do trabalho por e/em projeto permitem um maior envolvimento dos alunos mas também a devolução da estruturação ao docente para conclusão do processo.
Apresentamos, a título de exemplo, alguns vídeos de motivação/introdução aos CIA:
Flexibilidade dos Grupos Turma
A constituição administrativa das turmas tem, por imperativo legal, de respeitar os normativos vigentes. Contudo, a flexibilização dos grupos permite ajustar as metodologias a implementar e as dinâmicas de sala de aula ao perfil de cada conjunto de alunos.
Assim, aparecem no agrupamento formas distintas de organização de grupos turma que procuram exponenciar o trabalho educativo e que se traduzem em reorganizações distintas dos grupos, nomeadamente:
- a organização dos alunos, de um ou mais anos de escolaridade, por estações em rotatividade;
- a constituição de ateliês;
- a divisão por turnos ou grupos para trabalho em torno dos planos individuais, no caso das línguas, da matemática e da educação física;
- a organização de alunos de diferentes níveis de escolaridade para a execução de uma mesma tarefa.
Gestão Curricular
A gestão do currículo é feita numa lógica de ciclo, ajustando algumas das aprendizagens ao ano de escolaridade e identificando as aprendizagens-chave de cada ano. Nos trabalhos preparatórios, os diferentes grupos disciplinares realizaram um processo de mapeamento dos programas das diferentes disciplinas, acentuando as aprendizagens consideradas chave em cada ano de escolaridade e definindo claramente os tópicos comuns a cada área, ajustando as planificações e evitando redundâncias.
O mapeamento construído foi mais tarde enriquecido com o aparecimento das aprendizagens essenciais.
Este trabalho minucioso de identificação das aprendizagens essenciais permitiu identificar, em cada ano de escolaridade, as disciplinas nucleares para o trabalho transdisciplinar e aquelas que serviriam de suporte, as disciplinas complementares. Permitiu igualmente definir os já referenciados Cenários Integradores de Aprendizagem, que se constituem como ponto de partida para a elaboração de projetos transdisciplinares e funcionam como catalisadores da articulação curricular.
Assim, o currículo é visto como uma unidade global a gerir pela escola e por cada equipa educativa, consoante a realidade do seu contexto e o perfil de cada conjunto de alunos.
Assembleias de Escola e de Turma
As Assembleias de Escola são momentos por excelência para o exercício da cidadania e para a criação de compromisso entre os alunos e a aprendizagem.
Nas Assembleias de Escola, os alunos organizam-se por forma a responderem àqueles que são, no seu entendimento, os problemas e projetos de cada escola.
As sessões das diferentes Assembleias de Escola permitem um trabalho em torno das emoções e dos valores muito próprio do “Growth with a growing mindset”, um dos vários projetos Erasmus + em desenvolvimento no AEFCPS.
As Assembleias de Turma funcionam no início e no final de cada semana/quinzena. As Assembleias de Turma de início de semana/quinzena ocorrem no primeiro tempo de segunda-feira e servem para definir os objetivos próprios de cada Plano Individual de Trabalho e de cada agenda semanal que são avaliados na sessão que termina a semana/quinzena, no último tempo de sexta-feira.
Planos Individuais de Trabalho
Os Planos Individuais de Trabalho (PIT) são instrumentos de gestão pedagógica que visam a promoção da autonomia e da responsabilidade, numa lógica de cooperação.
Os PIT visam contribuir para uma aprendizagem que respeite o ritmo próprio de cada aluno, definindo momentos de trabalho individual e momentos de trabalho conjunto.
O trabalho por PIT está muito alicerçado no 1.º ciclo e tem vindo a aparecer nos 2.º e 3.º ciclos, com maior incidência na matemática e na educação física.
1.º ciclo
3.º ciclo (Matemática, sem as tarefas)
3.º ciclo (Educação Física, PT)
No caso da educação física, o projeto conjuga-se com uma organização distinta do tempo letivo tradicional e uma desconstrução dos grupos turma. O trabalho é delineado tendo por base o Personal Training e o Game Designer e incluiu o desenvolvimento da Inteligência Emocional e do culto do corpo. A área de trabalho do grupo de educação física pode ser acompanhada em https://educacaofisicaaefcps.wordpress.com/ .
Avaliação das Aprendizagens
O processo de avaliação das aprendizagens tem um caráter predominantemente formativo, com tónica acentuada no processo e na forma como as aprendizagens vão sendo conseguidas.
O AEFCPS encontra-se a construir uma APP, DRA, que permita monitorizar o processo de aquisição das aprendizagens e o grau de desenvolvimento das diferentes áreas de competências.
Para a construção desta ferramenta tem sido fundamental a desconstrução dos diferentes instrumentos de planeamento do agrupamento.
O dispositivo de operacionalização do perfil define as etapas intermédias de desenvolvimento das diferentes áreas de competência do PASEO, em cada ciclo de ensino.
O dispositivo de planeamento é o instrumento utilizado no planeamento do trabalho educativo, procurando responder ao ciclo básico da aprendizagem, orientado pelas questões: “O que queremos que aprendam?”, “O que fazemos para que aprendam?”. “Como verificamos que aprenderam?”.
Os dispositivos de regulação, acompanhamento e compromisso, validação destinam-se ao trabalho conjunto em torno da regulação das aprendizagens.
Deste modo, a seleção do instrumento de avaliação a utilizar orienta-se pela tipologia de trabalho educativo e, por isso mesmo, tem uma maior diversidade.
Apoio Tutorial Multidisciplinar
O Apoio Tutorial Multidisciplinar é uma forma alternativa de organização dos grupos em função das suas necessidades e expectativas.
Com o propósito de promoção das aprendizagens através do contributo de todos os alunos para a aprendizagem de todos, os discentes organizam-se de modo a que alunos com maior aptidão possam contribuir, com a monitorização e supervisão dos docentes, para a aprendizagem dos outros.
Este tipo de trabalho pressupõe:
- a objetivação e negociação conjunta das aprendizagens a consolidar e das competências a desenvolver;
- uma clareza na proposta de tarefas que serão elaboradas tendo por base as necessidades de cada aluno.